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sexta-feira, 27 de maio de 2011

Joaquín Cortés: o cigano que corre o mundo a dançar



O bailarino está de volta a Portugal, hoje no Porto e amanhã em Lisboa. "Não creio que tenha muitos mais anos de dança", disse 

Joaquín Pedraja Reyes conhecido como Joaquín Cortés (Córdoba, 22 de Fevereiro de 1969) é um bailarino de flamenco e coreógrafo espanhol de origem romani.

Basta um passo de flamenco de Joaquín Cortés para arrancar suspiros involuntários à maioria das mulheres que assiste ao espectáculo do bailarino. Ao vivo ou na televisão.

Quando Cortés sobe ao palco de tronco nu e calças pretas justas, o cabelo molhado, os braços no ar em posição sevilhana não é preciso mais nada. Mesmo assim, ele dança. Bate os tacões das botas nas tábuas do palco, revira as mãos, salta e mexe o corpo todo ao som das vozes roucas da música cigana.



Basta um passo de flamenco de Joaquín Cortés para arrancar suspiros involuntários à maioria das mulheres que assiste ao espectáculo do bailarino. Ao vivo ou na televisão.

Quando Cortés sobe ao palco de tronco nu e calças pretas justas, o cabelo molhado, os braços no ar em posição sevilhana não é preciso mais nada. Mesmo assim, ele dança. Bate os tacões das botas nas tábuas do palco, revira as mãos, salta e mexe o corpo todo ao som das vozes roucas da música cigana.

Joaquín recebe o i num hotel de Lisboa, de óculos de sol e calças de ganga. Ao contrário das nossas expectativas, não dá entrevistas vestido para dançar.

"Calé" é o nome do novo espectáculo do bailarino andaluz e uma retrospectiva de 20 anos de trabalho em nome próprio. Joaquín Cortés tem 41 anos e formou a própria companhia aos 21 porque tinha vontade de "montar uma história".

A dança começou aos 12 "com o apoio da família" e os ensinamentos de um tio, também bailarino de flamenco. Quando tinha apenas 15 anos entrou para o Ballet Nacional de Espanha e aos 17 já era solista. Aos 19 decidiu que era altura de sair e formar a própria companhia, com a qual se estreou dois anos mais tarde.

"Calé", que significa cigano em romani (língua cigana), é "uma viagem no tempo", explica Cortés. "Esta é a sétima produção e é uma mistura de todas as outras. Apesar de ter música nova, tentei roubar a essência de cada uma das obras que fiz anteriormente."

"Calé" é uma mistura de flamenco, gospel e jazz, em coreografias e movimentos inteiramente pensados por Joaquín Cortés. E fado, para quando? O bailarino ri-se e diz que "um dia, quem sabe?" "O fado e o flamenco são muito parecidos, tenho a certeza que resultaria bem, mas teria de ser uma coisa muito bem feita."

O espectáculo, que se realiza hoje no Pavilhão Rosa Mota, no Porto e amanhã no Pavilhão Atlântico, em Lisboa, conta com 25 pessoas em palco: 16 músicos, oito bailarinas e Cortés. No entanto, e como o artista faz questão de dizer, a companhia tem, ao todo, 35 pessoas, equipa técnica incluída.

À pergunta da praxe sobre o significado do flamenco, Cortés responde rapidamente: "É a minha vida. Venho da cultura cigana e o flamenco faz parte da nossa forma de viver, sentir e comunicar. É o que somos."

Aos 41 anos, Joaquín sabe que não lhe resta muito mais tempo de dança, no entanto, longe vai a idade com que disse que se retiraria: 33 anos. "Disse isso há muito tempo... mas não sei quando vou parar. Não creio que tenha muitos mais anos. Penso que quando o meu corpo disser que não está a 100%, retiro-me. Vai ser muito difícil e doloroso... para uma pessoa que leva quase 30 anos a dançar, quando chegar o dia de acabar vai ser muito difícil, mas é a vida."

Cortés foi o primeiro bailarino espanhol a dançar na Casa Branca, nos EUA e na cerimónia de entrega dos Óscares, situações que nunca imaginou: "Dou graças a Deus todos os dias. Apesar de ser uma vida dura e sacrificada, a nível físico, principalmente, tem muitas recompensas. A maior é ter milhares de pessoas a olhar para mim em palco e pensar ''esta gente veio ver-me. Uau!''" 




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